Outdoor

"A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira o projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab (PFL) que prevê a extinção de outdoors e painéis eletrônicos na cidade. De acordo com a prefeitura, há cerca de 4.500 anúncios regulares na cidade e 15 mil irregulares. Por ano, a arrecadação com eles é de R$ 3 milhões. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, "a receita é baixa e vamos abrir mão dela para ter uma cidade mais bonita"." (Folha Online)

O tema promete.
Aguardamos seus comments.

Comments

Andre Felipe said…
Terceiro mundo. Arquitetura de quinta, zoneamento inutil, fios marcando o horizonte. Olha pra calçada e vc vai entender.
Sao Paulo nao eh nem nunca vai ser nem Tokio, nem NY. Nao me lembro de propaganda de rua em Paris.
O movimento contra sø pode ser lobby da industria que tira boa parte de sua receita com essa sujeira. Seria um primeiro passo (rumo ao nada, porque vai morrer no caminho).

Vai que eh sua Kassab!
U_MAG said…
"Outdoor faz parte da metrópolis. Cacofonia visual, elemento cult, arte urbana, interação com o cidadão, guerilha urbana, bonito, feio, tanto faz porque faz parte."

Concordo com vc Alex.
Muita gente torce o nariz quando eu digo que oque eu gosto em SP é a confusão, o barulho, ea informação em todos os cantos, paredes, prédios e etc.

Eu acho que o governo de SP deveria se importar com coisas mais interessantes para as pessoas que moram na cidade, como segurança e etc...

Tirar os outdoors não vai diminuir a sujeira. Vai ser mais um obstaculo para os pixadores, quanto mais alto melhor né ?


Abs!
Vou acompanhar os comments :)
Também sou contra a proibição. Regulamentar, sim, está mais do que na hora, mas proibir não. Mais tosco do que todo projeto em si era a justificativa inicial para a proibição total: já que não se consegue fiscalizar, tira tudo!

Tudo bem, São Paulo não é nenhuma NY ou Toquio, e o que a diferência destas duas metrópoles é justamente sua beleza feia - ou seria feia beleza? -, essa mistura e explosão de imagens, estilos e infromações. Tem tanta coisa que pode ser feita para embelezar a cidade muito mais importante socialmente do que proibir os outdoors. Tirar os mendingos das ruas, as crianças dos semáforos, por exemplo. Políticas socias desse tipo não seriam muito mais bem-vindas e ainda não embelezariam a cidade? Tudo bem que é um processo mais longo e complicado, mas tem que ser feito! Do que adianta arrancar todos outdoors e deixar gente sem o que comer e onde dormir?

Luigi
Anonymous said…
"é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas..." Caetano ja falou disso e eu acho que a paisagem urbana tem que ter outdoor e outras midias exteriores, para mim isso ta indo pro lado de vamos licitar quem vai cuidar do mobiliario urbano e ganhar mais dinheiro do setor de servicos que jah eh bastante taxado.

abracao
marcelo, aquele que esta 12 horas na frente dai, onde o amanha chega antes
Andre Felipe said…
Ah, então vamos fazer assim: que tal alugar a fachada do seu Lindenberg e colocar a foto da Cicarelli de calcinha? Não? Então vamos colocar luminosos anunciando Rolex, BMW e Moet Chandon na sua rua em Alto de Pinheiros? - faz sentido, passa pouca gente mas só classe AAAA. Também não? Que tal empastelar o Alto da Boa Vista com outdoors e luminosos, ia ficar muito mais cosmopolita? Não? Porque não? Ah, é Z1, a lei não permite. Entendi, mas não permite por que? Ah, vai desvalorizar a região, comprometer a paisagem, descaracterizar o bairro, poluição visual e tudo mais. Vai ficar feio, horrível...???... Ahn.. Na porta da sua casa não, querido esteta saudoso de NY ou Tokio, mas na porta do Zé Mané que sobrou na Paulista, na 9 de Julho, na Faria Lima, no Itaim, Pinheiros, aí sim, já tá tudo ferrado mesmo né? Ué? ferrou por quê? Ah, é o desenvolvimento urbano. Então, amigo cosmopolita, como ficamos?
Me dêem um argumento racional (não vale falar que as áreas residenciais em Tokyo ou NY não são assim, porque voltaríamos pro primeiro parágrafo - os interesses dos AAA moradores dessas cidades são os mesmos dos AAAs daqui) e eu jogo a toalha.
Anonymous said…
Tanta mídia surgindo e o pessoal preocupado com o desaparecimento dos placões antiquados? Pô, vamos desapegar, evoluir. Os donos dos trambolhos (legais ou ilegais) podiam investir em outras formas de mídia (mais inteligentes, interessantes e menos invasivas) em vez de ficar se agarrando aos pedaços do navio que afunda. Sou a favor do horizonte.

Pedro
Anonymous said…
aandre, andre, que momento MEUS COMPANHEIROS. Outdoor virou arma de luta de classes? O que vc discute, pode ser resolvido com regulamentação. Se bem que regulamentar por aqui, eh senha para jaba. De qualquer maneira, eu vinha dirigindo pela marginal hoje, pensando que antes do outdoor, que gera trabalho e dinheiro para a cidade, eu gostaria que fosse resolvido o problema da poluição do rio Pinheiros. eh sujo, fede, no verão enche de mosquito que vai morder o bumbum dos bebes da favela buraco quente e da classe média deslumbrada do morumbi. nao seria bom?
mas enfim, como o outdoor parece tão importante para os que são a favor dele e para os que são contra, eu acharia interessante criar uma ong outdoor, um imposto outdoor, e colocar todo esse recurso na contruçao de escolas e pagamento de salário para professores. porque feio é ver criança largada na rua.

selma
Concordo um pouco com o que você disse. Acho que a regulamentação existe justamente para isso, para definir o que pode e o que não pode, o que é abusivo ou não, o que publicidade ou o que é poluição visual. A publicidade não fiscalizada e desordenada é o que causa a poluição visual.

O que sou contra é a proibição total. O excesso de limitação da publicidade é prejudicial. E não só para o Mc Donald´s, Block Buster e outro comerciantes – acho, sim, que estes devem se enquadrar num padrão para não abarrotarem a cidade com cartazes, letreiros, luminosos e outdoors gigantescos em locais totalmente inapropriados. Infelizmente muitos dos prédios em que alguns anúncios são colocados dependem da receita da publicidade para manterem o bom funcionamento do condomínio. Alguns anunciantes além de contribuir com uma razoável quantia de dinheiro ainda cobrem toda a conta de luz do condomínio, onde a maior parte dos condôminos são de baixa renda. E ai,como é que fica o condomínio que de uma hora para outra ficou sem uma boa parcela de sua receita? Por acaso a prefeitura vai pagar pela manutenção e despesas desses condomínios, pela nova pintura que com certeza vai precisar? Eu acho que não.
Anonymous said…
Ok, ok, about fashion. Bem colocado, bem argumentado, muito bem. Agora, tirando a imagens sentimentais que inevitavelmente o post provoca (uma família sendo despejada por não ter mais o dinheirinho do outdoor para pagar suas contas, por exemplo), o raciocínio é perigoso. Isso porque o mesmo raciocínio permite, autoriza e justifica o abuso agressivo dos guardadores de carro que particularizaram as ruas da cidade, os pequenos furtos, a venda e o plantio de substâncias ilegais (como a coca colombiana que, essa sim, sustenta montes e montes de famílias pelos lados de lá) e muitos outros etcs. Será que deveríamos, então, ignorar o consumo/venda/plantio de coca por aqui, em nome da fome colombiana?? Digaí!
Desculpa se ficou com essa impressão, mas minha intenção nunca foi causar uma imagem sentimental, mas como você mesmo disse, é inevitável dissociar essa imagem dos argumentos. Só quis colocar esse fato. E eu não acredito que os condôminos vão ser despejados pela falta do dinheiro dos anúncios, só disse que vão ter que arranjar outros meios para se sustentar, e que isso não é nada fácil.

Mas quanto ao raciocínio, concordo que é perigoso, e muito. Aponto de justificar praticamente tudo. Mas e ai como controlar isso? Ai, a gente acaba caindo num campo que, sinceramente, não me agrada muito e acho que precisa de sérias revisões e reformulações, que é a legalidade. A única diferença entre o dinheiro que vêm dos anúncios e o que vêm da venda/consumo/cultivo de coca, dos furtos, e do guardador de carro, é que a origem do dinheiro dos anúncios é, até então, lícita, o que já não acontece nos outros casos.

Mas enfim, por que não fazer alguma outra coisa justamente para melhorar isso, para ninguém mais precisar ficar guardando carro, furtando ou traficando? Há uma lista de várias outras coisas para serem pensadas, analisadas e resolvida em São Paulo, que, com certeza, a publicidade e a poluição visual não estaria entre as principais.
Anonymous said…
Pois é. É tudo muito complexo. Tem que ser discutido. E muito. Por isso valeu essa. E parabéns aos que participaram dela. É isso que falta mais por aqui. Parar de aceitar as coisas sem pensar sobre, sem disctir.
Andre Felipe said…
É. O cara economiza no condomínio mas quem olha pra janela e vê o Xuxa de cueca sou eu, que pago eu mesmo o meu. Não acho um bom argumento. Não ganho nada com outdoors na cidade. Aliás, quase ninguém ganha, fora a empresa que explora o espaço (público) e o anunciante, que espera tranformar a cidade, pública, em um ganho privado. Painel de propaganda não é de utilidade pública. Se bem que eu gostei da idéia da Selma em se transformar a grana do outdoor em benefício direto pra cidade, e lembrei daquele cara que arruma o jardim, bota uma plaquinha, fulano de tal conserva essa área, e todo mundo fica feliz!
Anonymous said…
Quem sabe, não sabe. Agora é a vez do Kassab.

Com a iniciativa teremos uma idéia real do padrão arquitetônico da nossa cidade.

Imaginem: tudo limpo, no seu devido lugar sem a interferência da
publicidade, que poluí e desinforma a população.

Porque não liquidar as empresas com espaços clandestinos?

Com a receita absorvida através das empresas regulares pode-se ampliar a supervisão com a contratação de fiscais. Não?

Taí, um bom motivo para os profissionais desempregados saírem
desesperados em busca de uma nova profissão. Que tal a política?

Olha só: Trabalhe-se pouco e ganha-se bem. Não tem compromisso com os resultados e nem a punição quando se faz merda. Hein?

Sem contar o interesse coletivo. Ops, pessoal.

O “pai do projeto” me parece ainda usar palha de aço na antena do televisor.
Anonymous said…
claro que pode: 10 real.

abs,

alex

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