3 minutos sem ter o que fazer.



Somehow left the house without iPhone. Had to wait like three minutes in line at liquor store with nothing to read. Jiminy.

Li essa frase de cima no Twitter do Gruber.

Primeiro aconteceu na musica(apresentações de horas se reduziram a albums, divididos em musicas e que hoje são baixadas ou compradas uma a uma), no cinema(épicos de 3, 4, 5 horas foram se reduzindo, nasceram os curtas metragem, e hoje o que todo mundo vê são filmes de 2 minutos no youtube)...

Nada pode durar muito hoje.
Até 3 minutos na fila sem fazer nada é motivo pra desespero.

O poster aí de cima foi criado pelo governo ingles em 1939, quando Londres começou a ser bombardeada... É engraçado como no meio do desespero pela informação e do bombardeio de noticias na nossa cabeça, ele se faz tão atual.

Comments

Anonymous said…
Cara, o imediatismo é um dos valores marcantes da cultura contemporanea. é um dos desdobramentos da lógica da sociedade de consumo. veja a rapaziadinha q quer montar uma banda: primeiro um nome bacanudo, depois o logo, a camiseta, flyer. a música? ah, o aprendizado e aprimoramento vem por último.

Bom post.
Anonymous said…
muito foda.
Isabella said…
Essa é a "Vida Líquida" sobre a qual o filósofo Zigmunt Bauman fala. Nesse livro ele fala da falta de solidez, falta de consistência, falta de conteúdo e falta de repertório. Se consome tanto e tão pouco, mas tudo o que se produz e lixo.

Outro autor de 39 fala de coisas que podemos associar com nossa modernidade: Henry Miller. E o engraçado é que no meu último post eu falo dessa "coincidência"...

http://thepinkpepper.blogspot.com
Isabella said…
Corrigindo... Henry Miller escreveu Sexus em 49!
Anonymous said…
É a natureza cíclica das coisas, sejam lá suas motivações. Só pensar nos discos de 78 rotações, singles, e que de Meliés até a revolução de Griffith só o que se faziam eram shorts movies.

Engraçado que estou lendo neste momento "Who the Devil Made It", o livro de entrevistas com diretores feitas pelo Peter Bogdanovich, e logo na primeira entrevista (com Allan Dwain) se fala de como era alucinada o rítmo de produção cinematográfica antes de The Birth of a Nation; Um filme por semana, equipe reduzida, não-atores, montagem na unha, e o cinema da época - assim como os videos do youtube de hoje em dia - considerados produção de terceira categoria pelo grande público.
peèle lemos said…
acredito também na natureza ciclica das coisas, mas a discussao aqui é que nunca a massa teve tanto bombardeio de informação, e que essas informações são de fato mais curtas (nem sempre mais superficiais)... Os curtas já estão aí a muito tempo, mas nunca tinham sido consumidos fora do ambiente especializado... os singles existiam como teaser dos albums, a massa queria é ir na loja e comprar o lp. Hoje a realidade é diferente.
Anonymous said…
Concordo com tudo. Mas a sociedade de consumo e a torrente de informações é como é, graças a um fator simples: facilidade de produção e, claro, de publicação. Neste aspecto acho importante lembrar que, para a época (final do séc. retrasado, começo do séc. passado), a comunicação/arte passava por um processo de transformação bastante semelhante ao nosso.

Claro que satélites, telefonia celular, e coisas do meio do séc XX são revolucionárias (e que são pontos de partida para os elementos de revolução da nossa época), mas não creio que sejam tanto como são - ao menos do ponto de vista criativo - como é a fotografia, por exemplo. A fotografia não só tornou mais corriqueiro o consumo de retratos, como transformou totalmente o que hoje entendemos por pintura, criando uma profusão absurda de pintores, escolas e movimentos que se sucedem uns aos outros num curto período de tempo. Esse experimentalismo vai para todos os campos da arte, ganha a imprensa, e então temos mais gente produzindo, numa velocidade maior, para um público maior.

A sociedade de consumo de hoje é como se fosse essa do começo do século passado, mas, participativa, atemporal em estilo e totalmente on crack. Ao cubo.

x 10.
Anonymous said…
Lendo novamente o que postei, noto algo que esqueci de citar; os singles como samples dos LPs e o os curtas como (principalmente) meio para experimentalismo de publico predominantemente especializado são coisas da segunda metade do século passado predominantemente.

Os short movies do período que citei eram totalmente populares, desde as comédias de Chaplin às estórinhas rasas de mocinho e bandido como as do próprio Dwan. Na música basta pensar nas famosas recording sessions de Robert Johnson. Mas nesse caso, as coisas eram como eram até por uma impossibilidade física, acho. Ainda que eu acredite que os LPs vieram para satisfazer mais as gravadoras do que os prórpios artistas.

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