Melodyne ou "O Photoshop Musical"
Carros voadores, viagens no tempo, unidades teletransportadoras, o homem conquistando Marte, todas são situações que eu pensaria serem possíveis antes do Melodyne. Bem antes.
Que tal isso? Um software de edição musical que consegue identificar notas individualmente à partir de um arquivo de audio, ainda que estas notas estejam em composição de um acorde?
O programa "decifra" o arquivo, o coloca em uma pista separando as notas verticalmente de acordo com seu tom, tornando cada "partícula" editável.
O controle de duração e tonalidade de cada nota então é todo visual, o que em si não é nenhuma novidade para quem mexe em programas como Fruity Loops da vida, mas a outra grande inovação do Melodyne é a tecnologia na qualidade da deformação dos samples: aparentemente você consegue toda a gama de tons a partir de uma única amostra, sem que um middle C de piano fique com o som dos portões do inferno se abrindo a apenas duas oitavas abaixo.
Argumentações a respeito de pureza artística e talento natural (que já estão rolando) à parte, a tecnologia é impressionante (um dos comentários diz "To musicians, this is like splitting the atom", o que não pode ser mais verdade). E apesar de achar um pouco rasa a redução do Melodyne a "O Photoshop Musical" que deu o pessoal da Gizmodo, creio que o aspecto de ferramenta é o mesmo para ambos: são aparatos puramente técnicos. Acertar o pitch, afinar os desafinados e consertar erros de gravação não farão de ninguém gênio.
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